A Loja De Tudo - Resenha crítica - Brad Stone
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A Loja De Tudo - resenha crítica

A Loja De Tudo Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Cultura Corporativa & Comunicação

Este microbook é uma resenha crítica da obra: A Loja De Tudo. Jeff Bezos E A Era Da Amazon

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 8580574897, 978-8580574890

Editora: Intrínseca

Resenha crítica

A loja que vendia tudo

Jeff Bezos era conhecido como um estrategista brilhante e dava sinais de que estava construindo uma carreira promissora no mercado financeiro. Aos 29 anos, trabalhando em Wall Street, ele já havia impressionado muitas pessoas com sua determinação, garra e seu alto QI. Depois de estudar muito sobre a Internet, ele teve a seguinte ideia: criar uma “loja de tudo”. Impressionado com o crescimento dos acessos e da base de usuários da internet, ele decidiu se demitir daquele emprego legal para se focar em sua visão de negócio, uma empresa que vendesse tudo através de rede mundial de computadores.

Bezos não podia conter seu entusiasmo quando viu o crescimento da internet em um período muito curto de tempo. No entanto, sabia que não seria capaz de operar tudo em grande escala no começo. Então, depois de fazer uma lista de diversas categorias de produtos que poderia vender, ele decidiu se focar nos livros.

Fato era que ele podia desenvolver uma empresa que poderia estocar mais livros do que qualquer outra editora. Depois de criar um plano de negócios, ele fundou a Amazon na garagem de sua casa, em Seattle.

Vendendo livros online

O conceito da Amazon era muito simples e direto ao ponto. Eles vendiam livros pela internet e cobravam os clientes pelos seus cartões de crédito. Os livros eram entregues na casa do comprador, alguns dias depois. O site também permitia que os clientes avaliassem os livros e dessem uma nota entre 1 a 5 que era visível pelos demais clientes.

Aos poucos o modelo foi se provando e a demanda crescia.

O foco de Jeff, então, passou a ser se tornar uma grande empresa, e rápido. Parecia impossível, mas o mote começou a funcionar como um lema para o time da empresa. ‘Fique grande rapidamente’ era uma frase repetida por todos, o tempo todo. Logo, a Amazon se moveu de sua humilde operação de garagem, para um espaço muito maior em Seattle. Muito rapidamente já vendiam livros para clientes em todos os estados americanos e até mesmo internacionalmente.

No início, os próprios funcionários da Amazon escreviam a maioria das avaliações de livros. Bezos queria que seus funcionários fossem honestos sobre suas opiniões, o que de tempos em tempos naturalmente levava a avaliações negativas. Uma editora ligou para a Amazon e explicou que trabalhava vendendo livros, e não desencorajando a venda de livros. Bezos via isso de maneira muito diferente. Ele respondeu que a Amazon estava no negócio para ajudar os clientes a tomarem as melhores decisões de compras.

Com o surgimento de ideias inovadoras, Bezos se encontrou inclusive com o dono da Starbucks, para estabelecer uma presença física no mercado. No entanto, o negócio não deu certo já que o Starbucks queria pelo menos 10% de participação na Amazon e Bezos não queria dar mais do que 1% das ações da empresa. A Amazon cresceu como uma grande competidora para muitos negócios, especialmente para as grandes livrarias e, de maneira nada surpreendente, a empresa teve um crescimento de quase 10 vezes nas suas receitas no segundo ano.

O crescimento acelerado da Amazon

Bezos continuou a procurar por diferentes áreas para competir. Uma das estratégias iniciais da Amazon era fornecer produtos com qualidade superior. Percebendo que poderia vender outros produtos, a empresa começou a se expandir rapidamente, fazendo com que fosse difícil para os outros acompanharem. Passando por um período de crescimento planejado, a livraria se tornou “a loja de tudo”. Eles também introduziram uma nova aplicação no site que analisava os hábitos de compras dos clientes e fazia recomendações de produtos. Esse software surpreendente deixou os consumidores satisfeitos e acelerou ainda mais o crescimento.

Embora a Amazon ainda não fosse uma empresa lucrativa, ela conseguiu levantar cerca de $1.25 bilhões em investimentos. Bezos leu o livro “Made in America” de Sam Walton e acreditava que era possível fazer a Amazon operar como o WalMart, uma empresa que era altamente eficiente em seus métodos operacionais. A Amazon também abriu uma patente para um processo chamado "compra por 1 clique", em que os clientes podiam comprar produtos com muita facilidade. Os clientes amavam a Amazon.

Além disso, a Amazon também percebeu o potencial do eBay, outra empresa bem-sucedida no espaço de e-commerce. Bezos abordou os gestores do eBay tentando unir forças, mas a parceria não aconteceu. Em 1999, a Amazon já começava a ser notada, dobrando suas vendas naquele ano e atingindo 3 milhões de clientes.

Cortando os custos e abaixando os preços

No início dos anos 2000, a crise da internet dizimou milhares de empresas. No entanto, durante a chamada bolha ponto.com, a Amazon sobreviveu. Era um momento em que a economia estava em leve recessão, mas a Amazon conseguiu captar recursos de $672 milhões com investidores. Bezos se comprometeu a parar a expansão e o crescimento a qualquer custo e se concentrar em aumentar a eficiência financeira da empresa. A Amazon superou problemas turbulentos nesse período, graças aos relatórios criados pelos analistas do mercado financeiro. Bezos era um exímio estrategista e se focou em estudar os modelos de negócios de empresas bem-sucedidas como WalMart e Cosco. ‘Economia’ se tornou o lema da Amazon, que começou a cortar os custos de todas as maneiras possíveis. Assim como o WalMart, a Amazon parou as campanhas de marketing e se focou em fornecer produtos a uma taxa mais barata. Preços baixos era a estratégia de marketing, e os produtos baratos atraíam cada vez mais clientes. Obcecado em fornecer os melhores serviços para os clientes, Bezos também decidiu vender os livros do Harry Potter com descontos, mesmo quando isso trazia prejuízo para a empresa. Estes títulos eram extremamente populares e, fazendo isso, Bezos conseguia atrair novos clientes e crescer mais rápido. Era mais barato perder alguns centavos em cada livro vendido do que investir alguns dólares em marketing para atrair novos clientes. Preços menores se tornou a estratégia definitiva de marketing para a Amazon.

Um líder destemido

Jeff Bezos é conhecido por sua intolerância com a incompetência. Além disso, muitos dizem que ele é um workaholic e um chefe que coloca muita pressão em seus funcionários. Enquanto a Amazon lutava para gerenciar suas finanças, Bezos continuava a contratar novos funcionários para seu novo negócio, porque sabia que a persistência e a paciência podiam mudar o jogo. Para isso, ele usava suas 2 armas chave. Muito trabalho e seu feedback implacável para seus colaboradores, que o ajudava a extrair o melhor das pessoas.

Acredita-se que esse perfil ambicioso e a necessidade de se provar se formou cedo, quando, ainda criança, ele foi separado do seu pai biológico. O autor afirma que, assim como ocorreu com Steve Jobs, estes acontecimentos na infância acabam por criar uma grande necessidade de se tornar bem sucedido e aceito.

Bezos também é um líder destemido que está sempre pronto para assumir riscos e fazer manobras ousadas e não convencionais. Ainda quando criança, Bezos era muito determinado. Ele podia parecer indiferente às pessoas em alguns casos, mas ainda cedo aprendeu que a bondade era uma qualidade importante. Seu avô costumava dizer que era mais difícil ser bondoso do que ser esperto. Jeff acreditava e repetia isso.

À medida que Bezos crescia, sua paixão pela exploração espacial aumentava. Posteriormente, essa paixão levaria Jeff a criar a empresa Blue Origin, que é dedicada à pesquisa espacial.

O foco está sempre no cliente

Depois que a Amazon sobreviveu à bolha ponto-com, a empresa começou a se aventurar em diversas novas categorias. Bezos não desistiu e apostou ainda mais alto, seguindo sua visão inicial de uma loja que vendia absolutamente tudo. Mais do que apenas livros, a Amazon agora iria de A a Z em tudo aquilo que as pessoas queriam comprar. No entanto, com o crescimento numa velocidade insana, a empresa começou a enfrentar problemas de colaboração entre as pessoas de sua equipe. Por isso, Jeff Bezos investiu em melhorar a cultura da empresa e criar algo diferente. As práticas da Amazon são diferentes das demais startups.

Por exemplo: Na Amazon, ninguém faz apresentações de PowerPoint para convencer as pessoas de uma nova ideia. Em vez disso, os funcionários devem escrever artigos de seis páginas explicando suas ideias, que devem ser lidos por todos os participantes das reuniões, incluindo Bezos. Eles tem até meia hora para apresentar seu documento. Bezos acredita que, dessa maneira, as pessoas pensam melhor em suas ideias e conseguem apresentá-las de maneira mais eficaz e refinada.

Outro aspecto legal da cultura da Amazon é a regra chamada “duas pizzas”. Nenhum time da empresa deve ter muitos membros a ponto de precisarem pedir mais que duas pizzas para alimentá-lo. Bezos acredita que times grandes não são produtivos e é por isso que toda a empresa é organizada em unidades autônomas de no máximo 10 funcionários cada.

Outro ponto crítico para Bezos é simplificar a comunicação na empresa. Bezos tenta garantir que a organização seja descentralizada, em que pequenos grupos consigam desenvolver ideias sozinhos. Em vez de gastar tempo em sessões de brainstorming com muitos participantes, a ideia é que os grupos pequenos cheguem a soluções sozinhos, sem envolver recursos externos e com agilidade. Com isso, pequenos times conseguem implementar rapidamente as ideias, beneficiando o cliente.

Além disso, a Amazon também desenvolveu técnicas para construir seu próprio software, focando em aumentar a eficiência e a velocidade da empresa. Muito cedo, os executivos na Amazon perceberam que não precisavam desistir da distribuição, mas precisavam reinventá-la. Seus centros de distribuição e armazéns utilizam tecnologias próprias que dão à empresa um diferencial competitivo claro com relação aos demais grandes varejistas.

Bezos também é obcecado com um atendimento ao cliente impecável. Bezos queria dar aos seus clientes os preços de Walmart, com o atendimento da Nordstrom. Isso fazia a empresa ser amada. Ao perceber que os clientes valorizavam cada vez mais a velocidade, a Amazon também começou um programa chamado ‘Prime’, uma opção de entrega que permitia ao consumidor receber os produtos mais rapidamente por um valor adicional. Esse serviço não dava lucro, mas seu propósito era garantir que a Amazon fosse um local de compras online exclusivo para seus clientes. No ano seguinte, eles inventaram a rede de logística da Amazon. Este serviço permitia que lojistas guardassem seus produtos nos depósitos da Amazon e deixassem que a Amazon cuidasse do armazenamento e da entrega para os clientes em seu lugar. Com isso, o lojista reduzia seus custos e os produtos passaram a chegar ainda mais rapidamente aos clientes.

Mais do que um simples varejo

Embora a Amazon lutasse pela dominância no negócio de varejo, estava sempre atrás quando comparada com gigantes de tecnologia como o Google. Bezos sempre insistiu que a Amazon não era apenas uma varejista, mas uma empresa de e-commerce que abria caminho para grandes avanços tecnológicos. Aos poucos, a empresa lançava inovações cada vez maiores como o Mechanical Turk , um serviço que permitia que as pessoas contratassem outras pessoas para fazerem tarefas repetitivas na internet.

Além disso, Bezos era viciado em livros e continuava a aprender com outros empreendedores. Ele sempre buscava ideias em livros de negócios que o ajudassem a ter preços cada vez menores e assim mais crescimento.

Nasce o Kindle

Bezos, como um leitor voraz, percebeu que o potencial do mercado de e-books não havia sido explorado ainda pelas grandes empresas de internet. Apaixonado pelo assunto, ele vislumbrou um projeto interessante: criar um dispositivo que permitisse aos clientes lerem e-books em qualquer lugar.

Para conseguir viabilizar este projeto e ter um catálogo vasto de títulos, a Amazon começou a negociar contratos com diversas editoras de livros, sempre falando das vantagens do livro digital. Sem os custos de impressão e logística, o preços dos livros iria cair dramaticamente.

Quando a Amazon apresentou o Kindle, as editoras não estavam muito impressionadas com seu design simples, falta de cores e os problemas técnicos do dispositivo de primeira geração.

Contudo, Bezos foi um visionário e já via os e-books como uma ameaça ao futuro da Amazon. Eles canibalizavam as vendas de livros da própria Amazon e por isso ele precisava vencer no mundo dos livros digitais.

O projeto foi ainda mais acelerado depois que Bezos viu o que Steve Jobs e a Apple estavam fazendo com o negócio de música no iTunes. Bezos preferia canibalizar seus próprios produtos do que deixar a Apple, o Google ou qualquer outro competidor fizesse isso. Depois de realizar diversas mudanças e melhorias, a Amazon finalmente revelou o Kindle, que nasceu a um preço de $399 e serviria como a ferramenta perfeita para seus clientes apaixonados por livros.

Acabando com a concorrência

Bezos era obcecado pelo menor preço e por isso ele montou um time que observava constantemente seus competidores. Se o time descobrisse que um concorrente estava vendendo um produto a um preço mais baixo que a Amazon, Bezos investigava e reduzia preços para vencer. Por exemplo: uma nova empresa chamada Zappos estava começando a fazer sucesso no mercado de roupas e sapatos. Para lidar com a Zappos, Bezos insistiu em lançar um novo site, chamado ‘Endless’, que lidaria apenas com sapatos, bolsas e roupas.

Com preços mais baixos, devoluções e trocas gratuitas e entregas de um dia do Endless, a Zappos encontrou dificuldade em se manter e a Amazon acabou comprando o negócio por $900 milhões. A Amazon também conseguiu lançar a segunda versão do Kindle em 2009, uma versão melhorada do original de 2006.

Nessa época, a Amazon também notou outra empresa em ascensão conhecida como Diapers.com, que vendia produtos para mães e bebês. Com tecnologia avançada e um software, a empresa era capaz de oferecer entregas gratuitas para a maioria dos seus clientes. Como resposta, a Amazon se interessou pelo mercado de fraldas e visou atacar a Diapers.com.

A ideia era vender fraldas a um custo menor que a Diapers.com, fazendo com que houvesse uma grande competição e os consumidores viessem para a Amazon. A Amazon iria oferecer preços mais baixos até que a Diapers.com não conseguisse mais sustentar seu negócio e quebrasse. Assim como fez com a Zappos, a Amazon comprou a Diapers.com por $540 milhões. Obviamente, essas táticas não eram novas para Bezos e ele havia vencido novamente, ao forçar seus competidores a reduzirem preços e venderem suas empresas.

Deixando sua marca no mundo

Como parte de sua pesquisa para escrever o livro A Loja de tudo, o autor Brad Stone rastreou o pai biológico de Bezos, Ted Jorgensen, que havia montado sua própria loja de bicicletas. De maneira surpreendente, Ted não fazia ideia de que seu filho era muito bem-sucedido, apesar de ter tentado entrar em contato com ele algumas vezes.

Bezos sempre se manteve em silêncio quando recebeu inúmeros e-mails de Ted e evitou conhecer o pai que o havia abandonado. Anos depois, Bezos enviou um e-mail para o filho de Ted, para tranquilizá-lo e conhecê-lo.

Tranquilizado quanto a seus problemas pessoais, Jeff Bezos sempre buscou continuar a caminhar em direção ao sucesso. A Amazon é famosa por sua natureza agressiva, já que Bezos acredita que as melhores ideias aparecem quando são colocadas umas contra as outras, mesmo de maneira violenta. Enquanto muitos funcionários se saem bem nesse tipo de ambiente, outros não suportam a pressão extrema. Diversos funcionários já reclamaram que a atmosfera é muito volátil, enquanto outros relataram que amaram as oportunidades de aprendizado. Embora alguns funcionários insistam que as condições de trabalho são terríveis, a Amazon tinha 88.400 funcionários trabalhando em 2012 e sua marca estava em quase todas as categorias, vendendo materiais industriais, vinho, arte, roupas e muito mais.

O futuro da Amazon, assim como sua história, promete ser interessante. É evidente que Bezos mudou inúmeras dinâmicas de negócios no mundo. Ele ignorou técnicas tradicionais e fez exatamente o oposto, forçando outras pessoas a se ajustarem ou a desistirem dos negócios.

Notas Finais

O fundador da Amazon, Jeff Bezos, foi o responsável pelo sucesso indiscutível da empresa. Isso se deu principalmente pelo fato de ser implacável nos negócios e por estar disposto a correr alguns riscos necessários. Além disso, sua visão de futuro levou a empresa a um novo patamar: ele conseguiu testar soluções inovadoras e ser bem-sucedido nisso, fazendo com que a Amazon crescesse de maneira surpreendente.

Dica do 12': Gostou deste microbook? A Amazon tem uma cultura única e achamos que você também vai gostar de conhecer os princípios de liderança da empresa. Confira aqui o que a Amazon espera dos seus líderes. Ah, e quer aprender mais sobre Sam Walton, uma das grandes inspirações de Jeff Bezos? Não deixe de dar uma olhada em "Made in America".

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Quem escreveu o livro?

Brad Stone é um jornalista americano e autor de best-sellers do New York Times. Stone é o autor dos livros The Everything Store: Jeff Bezos e a Era da Amazônia (2013) e Gearheads: o aumento turbulento dos esportes robóticos (2003). Stone é editor executivo sênior do grupo de tecnologia global da Bloomberg News e sediada no escritório da Bloomberg em San Francisco. Anteriormente, Stone foi escritor sênior da Bloomberg... (Leia mais)

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